Mas o orgulho paternal era tanto que foi exigido muito mais que isso. Aquilo parecia mais um casamento do que propriamente uma comemoração! Um conjunto musical tocava tudo e mais alguma coisa e havia empregados por todo o lado! Havia pessoas que mal conhecia e poderia até dizer que nunca tinha visto...
Passou a noite anterior no recato do seu lar, com as suas amigas e família, a divertir-se e a cuidar dos últimos preparativos para a festa, quando o seu telemovel tocou, sms dele... que dizia simplesmente “Amo-te”.
Sorriu... era impossivel não fazê-lo... Tinha 21 anos e naquela idade tudo parecia perfeito. Namorava com o suposto "homem" da sua "vida" e dali a poucos meses completavam 5 anos de namoro.
Mas no dia da festa ele estava diferente... mais distante... aborrecido e chegava a ser arrogante!
Era estranho mas todos nós temos dias assim... diferentes...
Era estranho mas todos nós temos dias assim... diferentes...
Ou simplesmente estava um pouco enciumado com toda a atenção que ela estava a receber.
Até ao momento do "copo d’água"! Ele não entrou com ela.
Ficaram os 2 sozinhos cá fora... e ele disse que não se sentia bem... que tinha mesmo que partir... sair dali... e a pequenos passos começou a afastar-se dela.
E ela entrou em pânico... não estava a perceber... que se passava? Tinha ela feito algo de mal? Aliás, no fundo ela sabia que não tinha feito nada de incorrecto... mas naquele tipo de momentos questionamo-nos sempre... pensamos em tudo e voltamos a analisar em segundos na nossa mente se fizemos ou não algo que possa ter contribuído para o mal estar daquela pessoa num determinado momento.
Ele caminhava em direcção ao carro e ela preocupada, corria atrás dele, para saber o que se passava. Queria uma explicação... implorava mesmo por isso. Não percebia porque raio estava ele a deixá-la sozinha no meio daquela confusão toda!
Até ao momento do "copo d’água"! Ele não entrou com ela.
Ficaram os 2 sozinhos cá fora... e ele disse que não se sentia bem... que tinha mesmo que partir... sair dali... e a pequenos passos começou a afastar-se dela.
E ela entrou em pânico... não estava a perceber... que se passava? Tinha ela feito algo de mal? Aliás, no fundo ela sabia que não tinha feito nada de incorrecto... mas naquele tipo de momentos questionamo-nos sempre... pensamos em tudo e voltamos a analisar em segundos na nossa mente se fizemos ou não algo que possa ter contribuído para o mal estar daquela pessoa num determinado momento.
Ele caminhava em direcção ao carro e ela preocupada, corria atrás dele, para saber o que se passava. Queria uma explicação... implorava mesmo por isso. Não percebia porque raio estava ele a deixá-la sozinha no meio daquela confusão toda!
- “Existe outra pessoa?"
Perguntou na sua mais pura inocência ao esperar uma resposta negativa da parte dele.... que acabou por não ser negativa... Ele afinal tinha um outro alguém e esteve com esse alguém na noite passada... logo a seguir aquela mensagem que ela recebeu e sorriu...
Naquele segundo caiu-lhe tudo... a verdade estava a vir ao de cima e ela não queria aceitá-la. Não podia ser... Por segundos pensou que era tudo mentira, que tudo ía voltar ao normal. Mas enganou-se.
Ele entrou no carro e foi-se embora... deixou-a no meio do parque de estacionamento... sozinha. As lágrimas finalmente começaram a cair aos poucos até se tornarem cada vez mais intensas.
Olhou para a aliança... tirou-a, ficou a olhar para ela durante alguns minutos.
Ouviu a voz do pai. Estava a chamá-la. Esperavam-na lá dentro como seria normal... e reparou que ela estava sozinha... e a chorar!
Olhou para ele... “Desculpa... vou já para dentro e não te preocupes, eu estou bem”.
Ele não disse uma palavra... Mas é pai... Olhou para ela, beijou-lhe a mão e abriu-lhe a porta. Foi para dentro, tentou compôr-se na casa de banho e o resto do dia... foi puro fingimento.
Ele entrou no carro e foi-se embora... deixou-a no meio do parque de estacionamento... sozinha. As lágrimas finalmente começaram a cair aos poucos até se tornarem cada vez mais intensas.
Olhou para a aliança... tirou-a, ficou a olhar para ela durante alguns minutos.
Ouviu a voz do pai. Estava a chamá-la. Esperavam-na lá dentro como seria normal... e reparou que ela estava sozinha... e a chorar!
Olhou para ele... “Desculpa... vou já para dentro e não te preocupes, eu estou bem”.
Ele não disse uma palavra... Mas é pai... Olhou para ela, beijou-lhe a mão e abriu-lhe a porta. Foi para dentro, tentou compôr-se na casa de banho e o resto do dia... foi puro fingimento.
Tentava lutar por uma postura correcta e tranquila.
As pessoas perguntavam por ele (o que a punha ainda mais desconfortável) e como desculpa, justificava a sua ausência por problemas familiares. Mas no fundo ninguém acreditava nas suas palavras. Por uma simples razão: a aliança já não estava no seu dedo.
Foi um dia angustiante... Mas foi uma perfeita actriz!
Passou o dia inteiro a beber e quando reparou que só dizia merda, decidiu fazer um favor a ela mesma e acabar a noite sentada num banco de jardim com a garrafa ao lado. Já não tinha maquilhagem, o cabelo estava um nojo, o vestido azul amarrotado e estava descalça... doíam-lhe imenso as pernas! Passou o dia inteiro a beber e a dançar. Sentia-se assim... a pior pessoa do mundo. A sensação de sermos abandonados por alguém deixa-nos tão pequenos que até uma mosca se torna bem mais poderosa que nós, naquele momento. E nada a podia acalmar, nada nem ninguém. E muito menos o tal tempo que todos dizem ser o melhor aliado nestas alturas. Qualquer tipo de conversa com o objectivo de a animar era inútil. Agradecia o carinho que as pessoas lhe transmitiam, claro, mas nada... mesmo NADA, a animava. Nada a fazia sentir-se melhor. A dor é tão forte e amarga que não nos deixa raciocinar com clareza. Invade o nosso espirito e entranha-se lá... por completo, toma conta do nosso psicológico e manipula os nossos actos.
Sim... ok... acaba por ser psicológico. E depois? Ela não era das que conseguia dividir as coisas. Não conseguia bloquear aquele momento numa parte da sua mente.
Puseram-lhe os cornos! Não conseguia simplesmente pôr isso de parte e sorrir.
A única coisa que queremos é apagar aquele momento, fazer desaparecer a dor... algo que nos deixa de tal maneira angustiados que nem o nosso próprio choro serve como desabafo. Só queríamos estalar os dedos e acordar como novos... mas não... não funciona assim... é sem duvida uma das piores dores que se pode sentir. E desesperadamente só temos que aguentá-la. Dia após dia... uns dias melhor, outros nem tanto... mas vivendo... um dia de cada vez... com calma... e aos poucos ganhar esperança, (aquela esperança que julgávamos perdida), de que realmente possamos voltar a sorrir e a pensar de outra maneira. Ver o nosso dia-a-dia de outra maneira.
Mas enquanto estamos naquele momento sem uma única visão positiva, inventamos todo o tipo de situações para poder ao menos enganar a dor... mas não resulta, porque ela continua a estar lá. Nem adormece sequer.
Ao continuar naquele banco de jardim, tão concentrada nos seus problemas, nem sentiu que aos poucos alguém se aproximava.
Ao continuar naquele banco de jardim, tão concentrada nos seus problemas, nem sentiu que aos poucos alguém se aproximava.
- “Com licença... a menina deixou cair isto esta tarde... penso que lhe pertence “
A sua "e'charpe"...
Era um dos empregados da festa...
Enxugou mais uma vez as lagrimas, sorriu e agradeceu.
- “A menina sente-se bem?” perguntou ele. Aquele tipo de perguntas estúpidas que as pessoas fazem, e que mesmo já sabendo a resposta, perguntam na mesma para parecer bem.
Era alto, tinha um olhar brilhante e transmitia serenidade...
Sorriu novamente e acenou de uma forma positiva. Até lhe ofereceu um gole de champanhe da sua garrafa.
A sua "e'charpe"...
Era um dos empregados da festa...
Enxugou mais uma vez as lagrimas, sorriu e agradeceu.
- “A menina sente-se bem?” perguntou ele. Aquele tipo de perguntas estúpidas que as pessoas fazem, e que mesmo já sabendo a resposta, perguntam na mesma para parecer bem.
Era alto, tinha um olhar brilhante e transmitia serenidade...
Sorriu novamente e acenou de uma forma positiva. Até lhe ofereceu um gole de champanhe da sua garrafa.
Passado 2 horas estava na cama com ele.
Nunca mais o viu... Nem se lembrava do nome dele...
Quando acordou, sentiu uma enorme dor de cabeça e quando olhou para o lado, aquele desconhecido estava ali... sentiu vómitos e sem pensar pegou nas coisas dela e fugiu.
Ele acordou... sozinho... procurou por ela mas num determinado momento percebeu a história toda quando viu na mesa de cabeceira um anel... supostamente de compromisso... com um nome feminino ( o dela ) e uma data.
- " Bem... esta tem mesmo a mania de perder tudo pelo caminho..."
Tudo aquilo era tão ridiculo...
Desgostos de amor?
Tanto drama por causa disso... quando na verdade, não é o pior problema da vida... pois não?
Depois de um bom banho e um pequeno almoço bem reforçado... olhou-se ao espelho. Penteava-se e preparava-se para sair. Sorriu... irónicamente, mas sorriu. Principalmente quando tropeçou em quaquer coisa: o vestido azul. E sem saber porquê... sentiu-se bem. Aquela cor de uma certa forma reconfortava-a... e deu por ela a pensar. Recordou a vida que tem, para tudo o que a rodeava e pensou nas muitas pessoas que adoravam viver a vida dela. Tinha um lar onde se refugiar... uma família perfeita que a apoiava em tudo, os melhores amigos do mundo... Que mais podia ela querer? Ele? Para quê? Agora nem isso valeria a pena...
Era injusto. E sintia vergonha por ser tão egoísta a esse ponto. Ele que ficasse com ela. Mas aquele tipo de dor... é muito mais forte e transformava-se outra vez num drama sempre que pensava nisso. É irracional. E só quem passou por lá, é que pode dar o devido valor. Porque quando amamos, entregamos tudo. Até aqui nada de novo.
Era injusto. E sintia vergonha por ser tão egoísta a esse ponto. Ele que ficasse com ela. Mas aquele tipo de dor... é muito mais forte e transformava-se outra vez num drama sempre que pensava nisso. É irracional. E só quem passou por lá, é que pode dar o devido valor. Porque quando amamos, entregamos tudo. Até aqui nada de novo.
O problema... é habituarmo-nos ao vazio que a outra pessoa deixa quando se vai embora.
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